A arte de colocar suas necessidades em primeiro lugar, servir-se para então encontrar tempo de qualidade para servir os outros. Parece egoista, mas não é!
Aprender que agradar a todos é impossível e dormir sereno e tranquilo sabendo que os verdadeiros amigos permanecerão ao seu lado, mesmo depois de um “não”, é perfeitamente possível.
A verdade é que aprendemos desde cedo que agradar e colocar o outro em primeiro lugar é necessário e fundamental para a vida em sociedade. Isso geralmente ocorre muito em culturas onde o coletivismo impera sobre o individualismo. Vamos comparar um país onde a coletividade impera – Brasil e um país onde o individualismo impera – EUA. Aliás, os EUA tem a maior taxa de individualismo no mundo! Vide o modelo de comparação cultural de Geert Hofstede (https://geert-hofstede.com/countries.html)
No Brasil as pessoas fazem parte de grupos fortes e coesos. Elas protegem os membros do grupo que por sua vez demonstram lealdade ao grupo. Existe, por exemplo, um forte sentimento de lealdade com a equipe de trabalho. Relações de confiança e relacionamentos de longo prazo são importantes. Os brasileiros valorizam amizades e líderes amistosos, não existe uma clara separação entre amigos e colegas no ambiente de trabalho.
Nos EUA, uma sociedade com fraca interconexão, as pessoas cuidam apenas de si mesmas ou da família imediata e não contam com a ajuda dos outros. Relacionamentos não são fundamentais para bons resultados no trabalho e a competitividade é bastante encorajada no meio acadêmico.
Os americanos cuidam de si próprios e não se preocupam com os outros membros da sociedade ou com a equipe de trabalho. A comunicação é direta e focada na resolução de problemas, e não na construção de relacionamentos. A mensagem é clara e as vezes ríspida, contrariamente ao brasileiro que procura sempre agradar e que, consequentemente, evita confrontos.
E se confrontar fosse útil e produzisse resultados positivos? E se a gente fosse menos “gente boa” e mais “direto ao ponto”? E se a gente cuidasse mais de nós e se preocupasse menos com o que o outro pensa? E se o medo de desagradar e de não ser amado(a) não fosse uma real possibilidade, mas um simples mito?
Dizer não, nesse caso, poderia ser libertador e poderia abrir novas janelas com oportunidades que nunca nem sonhamos! Colocar as suas necessidades em primeiro lugar para depois se preocupar com o que o outro quer ou pensa, pode parecer egoísta, mas na verdade, é corajoso!
Dizer não requer coragem e requer confiança em si. É assustador não concordar com um supervisor, mas é também uma forma de impor respeito. Discordar é uma arte! Não podemos levar a conversa para o lado pessoal, não podemos ofender, mas podemos dizer “não” com elegância e firmeza.
Aceitar menos convites que nos distraem do nosso foco, pedir ajuda com mais frequência porque juntos(as) podemos carregar mais peso. Aceitar o “não” do outro e entender que certas pessoas simplesmente não gostam da nossa companhia. Entender que é melhor focar em quem nos respeita e se distanciar de quem nos usa.
O “não” é irresistível! Nós sempre procuramos nos aproximar de quem é difícil de conquistar, daquela pessoa que está sempre ocupada. O “sim” não é tão atraente e desafiador. Pense nisso na próxima vez que for dizer “sim”.
Rebeca Gelencser
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